quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Chega de Truques!


Ao Comando do Banrisul

Chega de Truques!

O comando do Banrisul tem assumido uma postura condenável nas ultimas campanhas salariais. Em 2011 respondemos uma mensagem da companheira Carmen Dalmaso de Santo Ângelo onde registrávamos as dificuldades em construir a greve aqui na região por causa da frustração em relação ao resultado da greve de 2010. O receio era realizar mais uma greve e sair com muito pouco, o que, logo depois, se confirmou. Concordávamos com a companheira que naquela ocasião era a hora de avançar rumo a novas conquista. Na época houve um silencio generalizado. Todos estes fatos se repetem em 2012 e possivelmente o silencio também se repita.  De qualquer forma não nos eximiremos de manifestar nossa opinião mesmo que isso não provoque a reflexão que pretendemos.

Na nossa avaliação a greve de 2012 no Banrisul atinge um tamanho significativo e tem possibilidade de ser mantida e ampliada diante da insatisfação generalizada dos trabalhadores do banco. Cresceu significativamente no interior do estado e tem espaço para ampliação em Porto Alegre, basta que se trabalhe para isso. O argumento de que a intransigência do banco poderá provocar recuos não é suficiente, até porque já faz parte da história dos trabalhadores do Banrisul enfrentar com muita coragem esse tipo de postura. Basta lembrar a batalha do final da década de 1990 quando derrotamos a proposta de privatização do banco e logo depois o risco da liquidação extrajudicial.

Não há nenhuma razão plausível para defender a proposta do banco como o comando, pateticamente, faz. O que foi apresentado na mesa de negociação no dia 03/10/12 não significa nenhuma evolução da negociação. Se não houvesse mobilização, aí seria compreensível, mas não é o caso!

O plano de carreira, questão central para os empregados, fica como uma promessa para o futuro. Apenas mais uma protelação que é aceita ingênua ou maliciosamente por muitos. Nas clausulas econômicas, fora “o mel no beiço” de 1% do lucro liquido sob a forma de PLR adicional, não há avanços em relação à proposta da FENABAN. O que tem é o retrocesso, pois não há correção da 13ª cesta alimentação. O resto, combinemos, é “encher de linguiça”. Por esta proposta o comando deveria ter tido a responsabilidade e a coragem de ter proposto o encerramento da greve junto com os privados, BB e CEF. Teria nos poupado energias e não deseducaria os trabalhadores quanto ao uso de tão caro instrumento como o direito de greve!

A disposição de luta dos banrisulenses não pode ser novamente desconsiderada e desrespeitada. Diante dos graves e inadiáveis problemas decorrentes do ritmo de trabalho, da imposição de metas; dos diversos tipos de adoecimento; dos baixos salários; das péssimas condições de trabalho e da falta de perspectiva no presente e no futuro não pode prevalecer os interesses políticos partidários individuais ou de grupos que monopolizam e controlam de forma excludente os centros de poder e decisão. Os trabalhadores precisam ser ouvidos!
Qual a avaliação do comando sobre a proposta do Banco? Qual o argumento para uma orientação de aceitação nas assembleias? Por que o tom de ameaça quanto à proposta ter validade somente até ao meio dia de 04/10/12? Isso num passado muito recente já teria sido denunciado como chantagem por parte do Banco! Será que agora a chantagem vem pela boca do Comando? Essas são questões que gostaríamos de ver respondidas. Entretanto, não alimentamos ilusões. O silencio tem sido o recurso dos que não querem enfrentar o bom debate e se balizam por uma prática de comprometimento, falta de independência e vacilações recorrentes. Lamentavelmente essa tem sido a postura do comando dos empregados do Banrisul. Isso tem que acabar!

Sindicato dos Bancários do Vale do Caí
Trabalhadores do Banrisul em Greve
Montenegro, outubro de 2012.

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